Inspirado por álbuns como “Expresso do Submundo” de Dealema e “Sem Cerimónias” de Mind da Gap, Montoya desenvolveu um amor profundo pelo hip-hop. Em 1999, com um Pentium 3 oferecido pela avó, Montoya deu os seus primeiros passos na produção musical, começando a explorar o hip-hop. "Lembro-me que fazíamos 2-3 beats por dia, sempre à procura do sample perfeito e pelo menos uma música por semana gravávamos no meu sótão; naquela altura era incrível, mas não tinha qualidade," recorda Montoya com um sorriso. A chegada do primo Jonas Costa e de Gil Barbosa trouxe-lhe novos parceiros e uma nova energia criativa. Mais tarde, formou o grupo SMT com André Gonçalves e Filipe Gonçalves. Influenciado por Dealema, Circuito Secreto e Mind da Gap, Montoya refinou a sua lírica e explorou novas técnicas, utilizando softwares de produção como Cool Edit Pro, Fruity Loops e Reason.
Durante esse período, o grupo lançou várias maquetes, que foram bem recebidas através de canais independentes como leitores MP3 e CDs piratas, e no site Myspace. A fusão de rap português com elementos de rap francês e espanhol ampliou a originalidade do grupo na cena underground. Os diversos concertos pela Suíça foram fundamentais para o aprimoramento da sua arte, permitindo interações com variados públicos. "Toda essa época foi marcante, tenho saudades desses tempos," relembra Montoya.
Os videoclipes para "Fazemos História" e "M.O.N.T.O.Y.A." foram gravados na Suíça, enquanto "Piratas do Douro" foi filmado em Portugal, entre Vila Nova de Gaia e Porto. Crème de la Crème foi um marco na carreira de Montoya, pois foi feito e distribuído inteiramente pela sua equipa. Este projeto marcou uma nova era mais profissional e sobretudo independente. Em 2015, Montoya lançou a série de freestyles #Sicario, mantendo a sua relevância na cena musical. Ainda em 2015, começaram as primeiras gravações de Montoya no Segundo Piso, marcando o início de uma longa colaboração. "Gravar no Segundo Piso foi mais do que realizar um sonho; foi uma forma de homenagear as raízes que moldaram o artista que sou hoje," comenta Montoya.
O videoclipe de "Lobo Solitário" foi filmado em Carmague, numa mansão que também aparece no filme Ronin, com Robert De Niro e Jean Reno. "Alugámos uma casa para fazer o vídeo e, uma vez lá, viemos a saber que o filme Ronin tinha sido filmado lá," relembra Montoya. "Fé que me Conduz" foi filmado em Val Thorens, onde Montoya pilotou motos de neve. Em 2020, contribuiu para o álbum Beatologia Colectivo Capítulo I com a faixa “A Firma” (ft. Composto) e, em 2021, destacou-se na compilação 14 de Outubro com os singles "Nascido em Gaia" (ft. Mundo Segundo) e "Depois Falamos" (ft. Rato54). O concerto de apresentação desta compilação no Hard Club, no Porto, foi um marco na sua carreira.
O videoclipe, dirigido por Sébastien Savary e filmado na Capela do Senhor da Pedra, trouxe uma nova dimensão ao trabalho, destacando o crescimento artístico de Montoya. "Sempre achei esta música com potencial, então decidi pegar nela em 2020. Em 2022 voltei a adicionar algo mais, e acabou por sair nesse ano," explica Montoya.
Em 2024, Montoya continuou a surpreender com dois novos singles: "Resiliente", com um videoclipe composto por cenas não utilizadas de várias filmagens desde 2013, e "Numero Diez", que celebra as paisagens deslumbrantes de Vila Nova de Gaia, a sua cidade natal. Estes três singles, “Darvaza”, “Resiliente” e “Numero Diez”, estarão presentes no EP Cicatrizes. Gravado nos estúdios Criminal Muzik em Genebra por António Cameira e meticulosamente misturado e masterizado por Nauk, o EP será lançado a 13 de setembro de 2024, tanto nas plataformas digitais quanto em formato físico, com packs de merchandising em série limitada. Montoya fez questão de lançar Cicatrizes porque faz 10 anos desde o lançamento de Crème de la Crème. Este trabalho promete ser uma reflexão profunda das vivências e do crescimento de Montoya, consolidando ainda mais a sua posição como um inovador na cena musical nacional.
Este projeto surge como uma continuação natural de Cicatrizes, prometendo explorar novas dimensões do rap e consolidar ainda mais a evolução artística de Montoya. "Cada álbum é uma oportunidade para refletir sobre o passado e avançar para o futuro," comenta Montoya. "Este álbum será uma afirmação da minha evolução artística e pessoal. Quero que cada faixa ressoe com as vivências e os aprendizados que marcaram a minha carreira," revela Montoya. Com uma visão clara de integrar elementos inovadores e respeitar a tradição do rap que o moldou, Montoya está determinado a criar um trabalho que não só celebre a sua história, mas também defina novos padrões para o futuro.